O encontro consigo mesmo

O encontro consigo mesmo se inicia quando percebemos que não precisamos viver a vida como uma obrigação, e que não temos de ser o que os outros esperam de nós.

Perceber isso nos possibilita rever a vida que levamos em busca de novos sentidos e maior satisfação pessoal, experimentando novos caminhos e possibilidades.

A transformação pessoal não é algo pronto e definido, mas um processo escolhido por nós mesmos, de acordo com os nossos propósitos e necessidades. Cada pessoa vive sua própria jornada, numa constante evolução, criando novos sentidos para sua própria vida.

Por ser algo particular, a experiência de cada pessoa é única em seu processo de transformação, porém há alguns passos a serem percorridos para iniciar esta jornada. Primeiramente precisamos nos conscientizar da possibilidade de nos transformar e que podemos fazer novas ou diferentes escolhas em nossas vidas. Após essa constatação, vem o momento da percepção de si, de olhar para dentro com intuito de se conhecer, reavaliando o que gosta e o que desgosta, o que faz bem e o que não faz.

O terceiro momento é o de agir consigo mesmo, criando novas maneiras de lidar com situações antigas, de colocar em prática o que acredita e quer. Por fim, chega o momento de externalizar a mudança pessoal para o seu entorno, se mostrando que não é mais o mesmo pois temos o direito de ser como quiser.

Esses momentos são muito profundos e intensos, pode levar muito tempo se perceber sem o julgamento dos outros e caminhar de encontro com o que realmente faz bem para si. Por meio dessas ações vamos desenvolvendo nossa autonomia e indo de encontro para a nossa realização pessoal. Passamos a nos dedicar de maneira presente e intensa ao que nos interessa, vivendo a vida de maneira mais satisfatória, justamente porque nos faz sentido.

Todos os modos de ser são permitidos, ninguém tem o direito de apontar o que é melhor ou pior para outra pessoa, isso só cabe a própria pessoa decidir. A vida não tem um programa de como deve ser vivida, somos livres para escolher e faz parte de nosso amadurecimento nos responsabilizar pelas consequências das escolhas que fazemos.

Para iniciar essa jornada, precisamos inicialmente deixar de lado o medo dos olhares alheios e nos permitir a experimentar outras possibilidades, fazendo escolhas mais afinadas com o que realmente sentimos de modo mais profundo e autêntico.


Por 
Bruno Carrasco, terapeuta existencial.