O Grito - Edward Munch (1893)

As pessoas se diferenciam pelo modo que cada uma vive sua vida. A ideia de normalidade corresponde a um padrão tido por um grupo de pessoas como correto.

Cada indivíduo se guia por modelos de ser de acordo com padrões que fazem parte de uma cultura ou de um grupo de pessoas, escolhidos por seus gostos pessoais ou como gosta de ser visto.

O que é normal varia de acordo com a cultura, com o espaço e com o tempo em que estamos inseridos. Louco é aquele que não se encaixa nos padrões tidos por normais por outra pessoa ou por um grupo de pessoas, padrões estes que envolvem uma série de comportamentos, modos de ser, de se vestir, de se portar, de se comunicar e de agir em diversas situações.

Quando escolhemos um modelo de vida, repetimos modos de ser correspondentes a esse modelo. Nossos valores são um reflexo do padrão que escolhemos: o que é certo ou errado, o que é bom ou mau, o que deve ser feito ou não.

Existem diferentes modos de ser no mundo, diferentes valores e concepções do que é certo ou errado, bom ou mal, porém cada pessoa se guia por suas referências. As pessoas se diferenciam pois seguem diferentes caminhos, com referências distintas. Se uma pessoa não compreende a outra por achar que ela não está de acordo com seu padrão de como deve ser, ela é julgada como louca, errada, inferior, incapaz ou ignorante.

A ideia de normalidade que estamos acostumados e que fomos ensinados na sociedade de consumo, corresponde muitas vezes a um estilo de vida limitador, onde a maioria das pessoas vive de aparências, fingindo ser o que não são e culpando os outros que não são iguais, simplesmente por não serem como esperam que seja. Essa ideia de normalidade é mera convenção, não é uma regra que deve ser seguida por todos.

O mais importante não é buscar ser normal ou louco, mas ir de encontro com o que se é ou o que quiser ser, de modo que se sinta bem consigo mesmo e com os outros.

"A normalidade é tão-somente uma questão de estatística."
(Aldous Huxley)


Por 
Bruno Carrasco, terapeuta existencial.